sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Liverpool - 8 de Agosto de 2009

Liverpool é uma cidade jovem com muitas crianças e adolescentes com ar de rufia. Foi um dia muito bem aproveitado em que foi possível visitar inúmeros locais de interesse. Desde o pub "Cavern", o local de nascimento dos Beatles como banda de sucesso à Walker Art Gallery, Tate de Liverpool, passando por um dos museus/local de homenagem mais estranho que se possa imaginar, tudo isto passeando por entre parques, ruas e praças.

A cidade deu-me um feeling de "alternativo" quer pelas lojas e edifícios como pelas próprias pessoas. Aos prédios que não estão a ser habitados são-lhes tapadas portas e janelas de outro modo são “ocupados” de imediato. É uma cidade muito ligada ao futebol como pude observar pelas dezenas de pessoas envergando as t-shirts do clube de futebol neste Sábado. Homens, mulheres, crianças tudo a passear orgulhoso com a camisolinha vermelhusca. Vi também o maior número de pessoas com braços ligados e pernas partidas que alguma vez tinha presenciado, quer-me parecer que o fervor futebolístico e esta observação estão intimamente ligados e as preferências clubistas e a sociedade de ortopedia e traumatologia têm muito boas relações mas posso estar enganada.
No St. George Memorial ficámos a saber o que era aquela figura estranha que aparecia por todo o lado. O seu nome é Superlambanana e como o nome sugere é metade “lamb” (cordeiro) metade banana! Ficámos fãs!

A Lambanana foi criada pelo artista japonês Taro Chiezo e em 1998, ano em que Liverpool foi capital europeia da cultura, foi adaptada sob a forma de uma enorme escultura amarela para chamar a atenção da população sobre o perigo dos alimentos transgénicos aquando da Art Transpennine Exhibition. Foram seleccionados estes dois elementos por serem comuns no cais de Liverpool. Foram então criadas réplicas coloridas ao estilo Cowparade colorindo toda a cidade.

Nesta espécie de museu que homenageia George Harrison encontrámos ainda uma exposição sobre os primeiros sistemas de ventilação criados por David Boswell Reid. Aqui, deparámo-nos com 4 recipientes como demonstração do tal sistema de condutas de ar, cada um continha um odor específico: comida podre, esgoto, suor humano e fumo de fábrica! Só maravilhas portanto! Ao lado estava uma espécie de instrumento musical multi-facetado e depois da escadaria um balcão com souvenirs, qual a ligação entre cada um destes objectos é que ficámos sem saber.

Visitámos ainda a Tate Liverpool, uma galeria de arte contemporânea com diversas salas e onde pude testemunhar ao vivo e a cores obras de arte como a serigrafia de Andy Warhol Campbell’s Tomato Soup, o quadro Canibalismo de Outono de Dalí, o famoso urinol invertido ou Fountain de Marcel Duchamp (uma cópia porque o original está para sempre perdido), quadros não tão conhecidos de Picasso e uma das latas da colecção Merde d’Artiste de Piero Manzoni. É sempre curioso vermos com os nossos próprios olhos estas obras que fizeram parte das matérias de estudo ao longo dos anos. Afinal não são coisas que inventam para nos fazerem decorar nomes e datas, estão ali, são reais!


Claro que numa galeria de arte contemporânea como esta também nos deparámos com obras de “arte” mais bizarras. Entre estas destaco o copo de água numa prateleira de vidro (sim, é mesmo só isto, tal e qual os copos sem jeito nenhum que temos em casa), uma construção Lego ou por exemplo o monte de móveis velhos que estavam artisticamente dispostos no meio de uma sala (uma das minhas senhorias de Leiria ia fazer sucesso com este género de “arte”). E o quadro mais estranho era aquele com duas fotografias de uma mulher nua com um estranho rolo na mão. Esta mulher era a artista em plena performance onde, nua, retirava de dentro de si mesma um rolo de papel e lia um poema para toda a audiência. A interpretação é algo como o “interior do feminismo”… (Lembra-te alguma peça de teatro , mamã?!)
Devido a este tipo de exibições, de valor artístico questionável, quando visitámos outra galeria de arte, em que o espólio pertencia a diferentes períodos na história da arte, e nos depararmos com uma escultura cuja base era uma sanita o Francesco lamentou: “Oh, I thought this was serious!” referindo-se à galeria. Mas nesta última, Walker Art Gallery, um museu clássico, pudemos então observar quadros de pintores famosos como Paul Cézanne, Gustave Courbet, Edgar Degas, Claude Monet, Rembrandt entre outros.


Chamem-me geek mas eu gostei! E o Prof. Travanca ia ficar orgulhoso de mim.


Depois de muito visitarmos, passearmos e desfrutar do belíssimo dia voltámos a Loughborough em 3 viagens de comboio diferentes (sim, a rede e os horários de comboio daqui não são os melhores) em que numa delas vim com uma dor de cabeça gigante e com uma claque mesmo ao lado a entoar, hinos e canções à desgarrada toda a santa viagem. Mais uma experiência nova durante a minha temporada em Inglaterra.

Resumindo, Liverpool: adorei e recomenda-se!

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